A grande preocupação do jovem é quanto irá ganhar no seu futuro profissional. Na medicina, isso não é diferente. O mais interessante é a velocidade que o sonho financeiro vai aumentando à medida que vamos avançando na carreira! Não tem nada de errado em pensar nisso, mas preciso colocar algumas verdades.
O primeiro ponto que gostaria de colocar é extremamente reflexivo e real. No Brasil, de acordo com os dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), de 2019, apenas 6,8% das famílias brasileiras ganham mais que R$ 8.221,20 (oito mil, duzentos e vinte e um reais e vinte centavos). Lembrando que esse valor refere-se à família, ou seja, é o somatório do rendimento de todos os moradores da casa! Ao subirmos o valor para R$ 16.442,40 (dezesseis mil, quatrocentos e quarenta e dois reais e quarenta centavos), esse número cai para 2,1% das famílias brasileiras.
Já escutou ou falou alguma destas?
“Ah, mas nossa responsabilidade é muito grande!”
“Gastamos muito tempo e dinheiro na nossa formação!”
“Somos médicos!”
“Dezesseis mil não paga nem minhas contas!”
“Não somos qualquer um!”
Ao colocarmos nossas expectativas bem acima da realidade, a frustração é certa! Ao compararmos nossos bastidores com o palco dos outros, a frustração é certa! Ao vivermos uma vida de completa abundância supérflua, a frustração é certa! Ao focarmos no que não é o essencial, a frustração é certa!
Não sou contra o dinheiro, nem muito menos faço voto de pobreza, mas a relação com ele precisa ser revista, adequada e equilibrada pela maioria das pessoas. O dinheiro vem escravizando muita gente, onde ele deveria ser o libertador. O dinheiro é consequência, jamais o objetivo. Ao ser um profissional diferenciado, em todos os sentidos (resultados, esforços, relacionamentos), impreterivelmente, você conseguirá viver dignamente. Dentro da Medicina, subimos muito o sarrafo e passamos a achar normal gastar em demasia. Lembre-se o quanto era bacana fazer um churrasco de linguiça e tomar uma Skol na faculdade ou no colégio!
Tire o dinheiro da cabeça que ele aparece no bolso. O médico sério, impreterivelmente, ganhará dinheiro. A obsessão pelo dinheiro não deve ser em como ganhá-lo e sim, em como usá-lo!
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